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  • Audiência pública da Escola do Legislativo discute saúde da mulher

    NOTÍCIAS DA CÂMARA  -  27/03/2024 - 15:44:33 - Assessoria de Imprensa

    Em audiência pública realizada na tarde desta quarta-feira (27), com organização da Escola do Legislativo e sob a presidência da vereadora Lilian Cabrera, a Câmara de Diadema debateu a saúde das mulheres, com ênfase em endometriose e adenomiose.

    O evento contou com falas de Margareth Lodos, secretária adjunta de Saúde, Maria Mendes, líder sindical e Ana Helena, médica coordenadora do hospital Mário Covas e coordenadora do Hospital Municipal de Santo André. Também compuseram a mesa Andreia Geraldo, coordenadora do programa Mulheres em Movimento, Marta Anami, presidente da Obra Social São Francisco Xavier, e o vereador Cabo Ângelo.

    Segundo Lilian Cabrera, as questões tratadas durante a tarde de debates são “fundamentais para a nossa cidade, para o nosso Brasil e para cada uma de nós”. “Precisamos debater e entender o tema da saúde, em geral, e da endometriose e da adenomiose, em específico,  pois muitas mulheres passam por esse problema, e muitas vezes não existe um entendimento das pessoas que convivem com elas”, ponderou.

     

    Defesa de tratamento humanizado

    Na sequência, Cabrera passou a palavra para a médica Ana Helena, que fez, inicialmente, uma fala mais geral sobre a saúde das mulheres, para depois se aprofundar um pouco nas condições enfatizadas neste evento. “Até o nosso ciclo menstrual é um desafio para nós mulheres, afeta nosso trabalho, nossa capacidade funcional fisiologicamente é um pouco menor, mas nem todos respeitam e nem todos entendem. Há outras situações limitantes, como gravidez, pós-parto ou endometriose e adminiose, provocando situações limitantes no dia a dia”, explicou, agregando que, como o diagnóstico e o controle dessas doenças exigem uma estrutura complexa, nem sempre os municípios têm capacidade para responder, com a responsabilidade sendo muitas vezes estadual.

    “A endometriose é totalmente diferente da admeniose, são duas doenças diferentes com causas diferentes, mas as manifestações são parecidas – o maior sintoma que nos leva a procurar o sistema de saúde é a dor”, relatou Ana Helena. “A endometriose é a célula uterina saindo do útero e ficando em outras regiões, o que gera muitos sintomas e pode levar até à infertilidade; em alguns casos há o tratamento cirúrgico”, completou.

    Já a ademiniose também “é uma doença muito sintomática”, segundo Helena, menos invasiva mas que também pode causar infertilidade. “É uma infiltração dentro do próprio útero, com uma inversão da própria menstruação. A gente precisa entender isso para saber o peso exato dessas doenças para nós mulheres. Eu defendo um atendimento, um acolhimento e um tratamento o mais humanizados possível”, concluiu.

     

    “É preciso compreender a desigualdade entre homens e mulheres e trabalhar pra mudar isso”

    Liderança sindical com atuação desde os anos 1980, Maria Mendes foi a oradora seguinte. Ela relatou que trabalhou em fábricas de Diadema por mais de 15 anos, tendo qualificado a cidade como “uma referência de luta e participação popular no ABC, inclusive luta das mulheres”.

    “Eu venho do movimento sindical, e desde a época da ditadura militar, quando eu comecei, avançamos bastante, com o que hoje se chama empoderamento das mulheres. Naquela época não tinha mulher nem na direção do sindicato, estávamos na luta mas não nos espaços de poder”, relatou Mendes. “No chão de fábrica, nós tínhamos muita dificuldade, como por exemplo a menstruação, a gente precisava ir no banheiro trocar o absorvente e os chefes, que eram homens, pressionavam, não deixavam. Nos não somos contra os homens, mas também não podemos baixar a guarda: é preciso compreender a desigualdade entre homens e mulheres e trabalhar pra mudar isso”, finalizou Mendes.

    Por fim, Margareth Lodos foi a terceira a subir à tribuna. “Se as mulheres decidirem parar, o mundo inteiro para – talvez só a guerra ia continuar”, brincou logo no início de sua fala, que foi centrada sobretudo no cenário local de Diadema, uma vez que Lodos representava a Secretaria Municipal de Saúde no evento.

    Após descrever e explicar a organização da rede municipal de saúde em Diadema, da qual diz ter muito orgulho, Lodos falou sobre a complexidade da atenção básica à mulher e das políticas públicas de saúde e sobre a importância de um atendimento qualificado e humanizado, além de ter enfatizado a importância dos exames preventivos e da qualificação constante dos profissionais.

    Houve ainda espaço para intervenções e perguntas dos presentes, e também para mais uma intervenção de Lilian Cabrera, que reconstituiu alguns debates e atividades realizados neste mês de março, em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres, e apontou que o tema da endometriose e da adminiose surgiu por conta de pedidos que ela têm recebido ao circular pela cidade e participar de atividades políticas. “Quantas mulheres são prejudicadas por esses sintomas e não há entendimento ou solidariedade?”, questionou.

     

     

    Texto e fotos: Júlio Delmanto

     

    Câmara de Diadema

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